Capítulo 114
Vinícius Strondda
Eu ainda respirava contra as costas dela quando ouvi aquela vozinha baixa, arrastada, pós-prazer, a que sempre me desmontava de um jeito que eu odiava admitir.
— Don…
— Hm? — respondi sem abrir totalmente os olhos, ainda sentindo o gosto dela no meu corpo inteiro.
— Tô com fome. Vou preparar algo pra gente comer.
Abri os olhos na hora.
Lucia se virou lentamente, o rosto ainda vermelho, o corpo preguiçoso daquele jeito que parecia pedir mais uma rodada, mas não. Ela estava falando sério.
— Isso tudo me deixou faminta… — ela murmurou, passando a mão no cabelo. — Vou mesmo fazer algo pra comer.
A palavra fazer me arrancou de cima da cama como um tiro.
— Não. — Falei rápido demais, levantando antes que ela completasse a frase. — Pode deixar que eu faço.
Ela arqueou a sobrancelha. Fez aquela cara de ofendida que sempre vinha seguida de alguma teimosia perigosa.
— Ah, claro. Porque sou tão ruim assim, né? — cruzou os braços.
— Não. Só estou preocupado que est