Capítulo 112
Lucia Bianchi Strondda
Sabia o que o brilho nos olhos dele significava. Sabia o jeito que ele apertava o braço da poltrona, contrariado com a própria vontade de pular dali e me pegar no colo.
Parecia que cada centímetro daquele quarto pertencia a nós dois, à nossa guerra particular.
Passei perto da cama.
Senti o olhar dele escurecer ainda mais.
Ele inclinou o corpo para frente, os antebraços apoiados nas coxas, os dedos entrelaçados.
— Isso. Desfila pra mim. Apoia as mãos na cama. — ordenou, a voz seca. — E ergue um pouco a perna. Bem devagar.
Meu coração disparou.
Não precisei perguntar “qual perna”. Eu sabia exatamente o que ele queria ver.
Fui até a beirada da cama, obedeci.
Apoiei as mãos no colchão, sentindo o tecido afundar sob o peso do meu corpo. Ergui a perna direita, esticando-a sobre o colchão, deixando a outra ainda no chão, o quadril virando de leve.
A cinta-liga esticou, exibindo perfeitamente a linha da minha coxa, o contorno da calcinha, a curva da bunda