Capítulo 71
Don Vinícius Strondda
Arrumei o vestido dela com cuidado, mínimos rituais de respeito no meio do caos que a gente gosta. Alisei o tecido nos quadris, ajeitei a lateral, e, de propósito, deixei a mão demorar um pouco mais do que o necessário. Ela percebeu e ergueu a sobrancelha, cúmplice.
— Trinta minutos você pediu ao garçom. — sussurrou.
— Eu disse meia hora. — corrigi, olhando o relógio. — Gastamos vinte e oito. Ainda tenho dois para te olhar como você merece.
— Possessivo. — ela provocou, endireitando o cabelo no espelho.
— É, pode ser. — respondi, aproximando o queixo do topo da cabeça dela. — Escuta, piccola… lá fora eu sou o homem que coloca os outros de joelhos. Aqui dentro, ou sozinhos, é você quem fica porque meu pau não dá conta de esperar ou só olhar. Entendeu?
Ela não respondeu com palavras. Só encostou a testa na minha, uma batida leve, íntima, que disse mais do que qualquer discurso. Eu a beijei de novo, breve, como selo de algo que a g