EU NÃO TENHO VERGONHA. EU TENHO UM PLANO
Narrado por Natália
Dizem que o inferno é quente, cheio de fogo e gritos. Mas eu descobri que ele tem ar-condicionado, cheiro de incenso caro e tapetes de ouro bordado.
O inferno tem nome.
Hamzah.
E hoje... o inferno recebeu visita.
Eu ouvi os passos antes de qualquer coisa. Pesados, lentos, com o arrastar típico de alguém acostumado a ser servido, nunca a correr. Me aproximei da escada central com cuidado. Me escondi atrás da cortina do segundo andar. De onde eu estava, via o salão inteiro, sem ser vista.
E lá estava ele.
O famoso Sheikh.
Velho.
Gordo.
Rico.
Asqueroso.
E com os olhos brilhando como os de um homem que nunca teve que ouvir a palavra “não”.
Ele sentou, alargou as pernas e estalou os dedos. Hamzah, sempre sorridente demais, serviu a bebida com a postura de um cão lambendo o próprio rabo.
— Estou aqui, Hamzah. Agora me diga... o que você tem a me oferecer que valha