Ana apertava os dedos contra a marca vermelha no rosto, os olhos faiscando ódio.
_Aquela vadia vai pagar caro por isso -sibilou, sem nem se importar com quem pudesse ouvir.
Sandra, ainda se recompondo com o vestido ensopado, ergueu o queixo. — Ela não vai rir por último, mamãe. Eu juro que vou arrancar essa mulher da vida de Enzo. Nem que seja a última coisa que eu faça.
As duas trocaram um olhar silencioso, alimentado pelo orgulho ferido e pela fúria, o jogo, para elas, estava longe de terminar.
Já eu, ao atravessar a porta do salão, mantive a postura intacta.
Entrei no carro como se nada tivesse acontecido, cruzei as pernas e pedi ao motorista que nos levasse.
Nenhuma lágrima e nenhum tremor
apenas o olhar fixo na janela, como se aquilo não tivesse me atingido.
Mas assim que a porta se fechou atrás de mim e o motor arrancou, a máscara caiu
Minhas mãos começaram a tremer, a respiração ficou curta, e a raiva que engoli na frente delas explodiu no silêncio do carro