Capitulo 22

E ele a segurou tão firme que parecia mais um pacto do que um contrato improvisado.

E como se o destino tivesse sentido a necessidade de aliviar o peso da negociação, lembrei do pedido que tinha feito mais cedo.

_Aliás… cadê o meu sorvete? -falei, forçando leveza.

Pouco tempo depois, estávamos sentados lado a lado, dividindo a sobremesa numa colherada alternada.

Claro que a minha era o quadrado da hipotenusa, ou seja a maior parte… Afinal o pote era meu.

E, por um instante, o sabor doce na boca disfarçava o amargo de toda aquela confusão.

Ele me ofereceu a colher, e eu aceitei como se fosse um gesto banal, mas a verdade é que aquilo nos fazia parecer um casal de verdade e essa ideia me fez rir sozinha.

_O que foi? -ele perguntou, desconfiado.

Balancei a cabeça, mordendo o sorriso.

_Nada não… é só que… olha só pra nós dois. Quem diria que eu teria um Romeu particular me servindo sorvete?

Ele arqueou a sobrancelha, estreitando os olhos, lembrando-se imediatamente do
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