E ele a segurou tão firme que parecia mais um pacto do que um contrato improvisado.
E como se o destino tivesse sentido a necessidade de aliviar o peso da negociação, lembrei do pedido que tinha feito mais cedo.
_Aliás… cadê o meu sorvete? -falei, forçando leveza.
Pouco tempo depois, estávamos sentados lado a lado, dividindo a sobremesa numa colherada alternada.
Claro que a minha era o quadrado da hipotenusa, ou seja a maior parte… Afinal o pote era meu.
E, por um instante, o sabor doce na boca disfarçava o amargo de toda aquela confusão.
Ele me ofereceu a colher, e eu aceitei como se fosse um gesto banal, mas a verdade é que aquilo nos fazia parecer um casal de verdade e essa ideia me fez rir sozinha.
_O que foi? -ele perguntou, desconfiado.
Balancei a cabeça, mordendo o sorriso.
_Nada não… é só que… olha só pra nós dois. Quem diria que eu teria um Romeu particular me servindo sorvete?
Ele arqueou a sobrancelha, estreitando os olhos, lembrando-se imediatamente do