Eu aguentei, claro…
Usei os talheres com calma, depois uma concha vazia como pinça, exatamente como manda o protocolo.
Degustei sem erro, e o silêncio à mesa foi imediato, até Enzo parecia prender a respiração.
Por fim, larguei os talheres, segurei uma concha com a mão e suguei o mexilhão com naturalidade, limpei a boca com o guardanapo e sorri
_A etiqueta é importante… mas ser eu mesma é ainda melhor.
Um riso percorreu a mesa, Senhor Artur gargalhou, até o pai de Enzo sorriu, Ana, porém, engoliu a raiva com o vinho.
Não satisfeita, tentou outro golpe.
Serviu um Château Margaux 1996, insinuando que eu não teria paladar para apreciá-lo.
Segurei a taça, observei a cor, senti o aroma, dei um gole.
_Corpo encorpado, taninos suaves, notas de cassis, couro… e um leve toque de especiarias! Um vinho extraordinário, mas se me permite, eu preferiria um Sauvignon Blanc pelos frutos do mar.
O silêncio foi quebrado por outra gargalhada de senhor Artur.
_Brilhante! Finalment