O tempo parou ali, no silêncio que veio depois, o tipo de silêncio que não separa. Aproxima.
Amália o empurrou de leve.
Ele deixou que ela saísse, mas permaneceu onde estava, com um misto de sentimentos se acumulando no peito. Medo. Inquietação. E um aperto estranho, denso, que se instalava sem pedir permissão.
Amália vestiu-se rapidamente. Saiu do quarto sem olhar para trás, deixando a porta aberta.
Ao descer as escadas, parou, só então se tocou que não tinha para onde ir.
Nem o quarto no porão existia mais.
Caminhou apressada até a porta de saída, os passos ecoando em ritmo descompassado, quase urgente.
Mas, antes que pudesse alcançá-la:
— Não! Glauco a advertiu. — O cachorro está lá fora.
— Você se importa? Ela perguntou, sem se virar para ele.
— Mais do que você imagina. Respondeu ele, já descendo as escadas apressadamente, temendo que ela saísse.
Ao se aproximar, segurou o rosto dela com as duas mãos, e, tomado por um impulso incontrolável, a beijou.
Amáli