48. A ÚLTIMA VEZ
VICTORIA:
Não deixei que Javier, o assistente do meu tio, ficasse comigo. Despedi-o na porta e adentrei na enorme mansão vazia dos meus pais, onde vivi os melhores momentos da minha vida. Dediquei-me a abrir todas as cortinas do grande salão, deixando entrar a luz do pôr do sol. Descobri todos os móveis por toda a casa; acendi as luzes, sentia que a casa deveria recuperar sua vida até que cheguei ao quarto principal, o dos meus pais. Parei um momento, mas abri a porta de golpe e entrei. Tudo estava igual, como se o tempo tivesse parado.
Tudo estava carregado de recordações. Cada canto daquele quarto parecia guardar as risadas e as discussões de quem tinham sido os pilares da minha vida. Fiquei parada em frente ao enorme espelho que minha mãe adorava, observando e precisando me convencer de que superaria tudo isso. Que não ia perder tudo pelo qual eles haviam lutado do nada.
Aproximando-me da penteadeira, percebi que a caixa de joias ainda estava lá, intacta. Abri a tampa e vi os c