47. QUANDO TUDO DESABAA
VICTORIA:
As palavras do meu tio ressoavam na minha cabeça como marteladas: —Para devolvê-lo, depende exclusivamente dele—. O ar se tornou denso, quase irrespirável, enquanto tentava processar a magnitude do meu erro. Não só havia perdido o controle da empresa, mas havia entregue cada centavo, cada propriedade, toda a herança que meus pais haviam protegido para mim, a um homem que mal conhecia.
Tudo começou a girar. As vozes do meu tio e do Javier se misturavam em um eco distante. Senti um suor frio percorrer meu corpo enquanto minhas pernas tremiam. A pressão no meu peito se intensificou e o nó na minha garganta ameaçava me sufocar. Tentei me agarrar à borda da mesa, mas meus dedos não respondiam. Tudo se tornou borroso.
—Vicky, você está bem?— Meu tio soava distante e cheio de preocupação.
A última coisa que lembro foi o chão se aproximando rapidamente do meu rosto e umas mãos tentando me segurar antes que tudo ficasse negro.
O som constante de um monitor cardíaco foi a prim