85. Libertação
O chão sob nossos pés continuava a tremer, cada vez com mais força, como se o próprio coração daquele mundo batesse em agonia. O ser colossal que se erguia das profundezas soltava um rugido abafado, como um trovão preso entre camadas de pedra e escuridão.
Noctis puxou-me pela cintura, desviando-nos de uma rocha que despencou do teto, estilhaçando-se ao lado.
— Kaelara, rápido! — gritou ele, apontando para Altharis, que ainda lutava, presa pelas correntes negras que o apertavam como serpentes vivas.
Engoli o pânico que me subia pela garganta. Não havia tempo para medo. Não havia tempo para pensar.
Corri até Altharis, as mãos ardendo com a energia do colar, que brilhava tão intensamente que mal conseguia olhar diretamente para ele.
— Kaelara… — sussurrou ela, a voz fraca, os olhos semicerrados, como se a própri