O vento cortava mais frio ali no alto. Cada rajada batia no rosto como um lembrete de onde estávamos: o pico mais alto da serra, o ponto em que o céu parecia ao alcance das mãos. Subíamos os últimos degraus da longa escadaria talhada na pedra, e eu podia sentir a energia antiga do lugar vibrando sob meus pés. O Templo de Ruyven erguia-se à nossa frente — abandonado, silencioso, mas ainda assim imponente, como se guardasse em suas pedras o eco de uma era esquecida.

Estava tão perto agora. O templo — o verdadeiro — não as imagens empoeiradas que vira nos livros ou nas lembranças fragmentadas contadas por Arpid. Não, este era real. Firme. Frio. E belo de um jeito assustador.

— Estamos quase lá — murmurou Noctis ao meu lado, sua voz baixa, cuidadosa, como se temesse que palavras em alto volume pudessem acordar algo ali dentro.

Assenti em silêncio. Meus olhos estavam fixos na porta monumental à nossa frente: duas folhas de pedra escura, fundidas com o tempo, cobertas por símbolos que p