Sophie Narrando
Assim que desci pelo elevador, senti o coração bater mais forte, como se algo estivesse errado e estava. Eu não queria vê-la, não queria que minha mãe pisasse no lugar que hoje eu chamo de lar. A simples ideia de tê-la no mesmo ambiente que eu, depois de tudo o que fez, me revirava o estômago. O mais estranho? Eu nem sabia como ela descobriu meu endereço. Nunca dei, nunca falei nada. Provavelmente fuçou minha vida de alguma forma. Aquilo já me deixava tensa antes mesmo de vê-la.
Quando saí pela porta de vidro da portaria, lá estavam ela e minha irmã, Samantha. As duas no rol de entrada, como se estivessem entrando na casa de um parente querido. Seu Jorge, o porteiro, já tinha liberado a entrada. Sempre educado, não fazia ideia da tempestade que estava por vir. Quando me viu, ele até sorriu. Mas o sorriso sumiu assim que percebeu meu semblante.
Os olhos da minha mãe me encontraram primeiro, e imediatamente desceram para minha barriga. Aquilo me incomodou. O jeito como