Ethan Narrando
Não estava conseguindo dormir. Já passava das duas da manhã e, mesmo de olhos fechados, minha mente rodava como um relógio quebrado que insiste em funcionar, só que fora de ordem. Penélope. Onde ela estava naquela noite? A pergunta ecoava, martelando como se gritasse dentro da minha cabeça, me lembrando que a verdade podia estar debaixo do meu nariz, mas eu ainda não conseguia enxergar.
Suspirei com força, irritado. Me virei mais uma vez na cama e, vencido pela inquietação, me levantei. Passei as mãos pelos cabelos, bagunçando os fios já desgrenhados pela falta de sono, e fui até o escritório. A luz suave do abajur lançava sombras nas estantes, mas não me senti acolhido ali. Não queria trabalhar. Também não queria beber, embora o uísque no canto parecesse me provocar, como se soubesse que eu estava à beira. Ignorei.
Atravessei a casa em silêncio até a área externa. A piscina aquecida parecia o único lugar onde eu conseguiria respirar. Tirei a calça de moletom e mergulh