Sophie Narrando
Cheguei à construtora às 6h50, como sempre. Estou me adaptando a chegar cedo, antes do movimento começar. O silêncio do escritório pela manhã tem algo reconfortante, é o único momento em que tudo ainda está em ordem, antes que o caos do dia me engula.
A secretária executiva chegou junto comigo. Ela sorriu, e eu retribuí. Trocamos um bom dia educado, e seguimos nosso caminho. Passei direto para a copa e preparei o café do senhor Ferraz. Já aprendi do que ele gosta: forte, sem açúcar. Café forte e amargo, como ele. Despejei na caneca térmica personalizada e levei até sua sala, deixando-a cuidadosamente sobre a mesa de vidro. Ajustei ligeiramente o ângulo da caneca, ele gosta de tudo alinhado. Pequenos detalhes fazem diferença.
Depois, fui para minha mesa na ante-sala e comecei a revisar a agenda do dia. Peguei minha caneta azul e comecei a grifar os compromissos mais críticos: reuniões com os investidores às dez, conferência com a equipe da filial do Sul às três, vistor