Gio sentia seu corpo em chamas. Perdeu a noção do tempo matando a saudade de cada parte dele.

- E se Tyson chegar...- ele gemeu baixinho separando os lábios.

- Mas eu não quero parar - protestou ela enchendo o rosto dele de beijos - Não sei o que fez comigo mas não quero ficar longe de você - gracejou não tentando parecer uma devassa sem cérebro. Era difícil se controlar depois de tudo, mas para ele, haviam se conhecido a poucas horas, precisava se controlar

Stephen riu com vontade e, devagar, a sentou do seu lado.

- Também não sei o que está acontecendo mas acho melhor ir com calma...ou sairei daqui num caixão - ele brincou tentando acalmar a respiração, passando a mão nos cabelos negros que ela desarrumou.

Mais controlada, Gio tentou se arrumar o máximo que pôde mas achou o fato do vestido estar arruinado engraçado. Não conseguirá salva-lo no final.

- Me desculpe...acho que a queda me deixou um pouco abalada - pediu um pouco constrangida - não queria parecer sem modos mas...desde que te vi pela manhã fiquei imaginando isso e ... me perdoe, não estou arrependida e se você não falar mais comigo ou se queixar aos meus pais, assumo a responsabilidade e aceitarei qualquer castigo.

- Ei calma! - Stephen ergueu as mãos em rendição rindo - não é como se eu não quisesse também... só fiquei surpreso! Não tenho intensão de me queixar mas de repetir sempre que quiser.

Gio abriu um sorriso radiante. Estava dando certo!

- Verdade? - segurou as mãos dele e encostou-as em seu rosto - Ao acordar está manhã nunca imaginei que minha vida mudaria deste jeito! Acredita em amor a primeira vista? - brincou encarando o rosto tão querido.

- Não sei ... até hoje não tinha pensado muito sobre isso - Stephen entrelaçou os dedos nos dela - o que acha de nós conhecermos melhor para saber? Já sabemos que o beijo é perfeito!

Gio riu deliciada. Mas uma nova vertigem a acometeu e ficou pálida. Imediatamente ele a aconchegou no peito.

- Agora fiquei quieta e esperamos Tyson, já deve estar chegando.

Gio obedeceu. Estava dolorida e estar aconchegada no peito dele sentindo aquele perfume maravilhoso era a receita para o sono. Apagou sem perceber.

Quando acordou novamente estava em seu quarto trocada e deitada na cama. uma vela iluminava parcamente o aposento e Diana estava em uma cadeira ao lado de sua cama cochilando. Sentiu-se aliviada por estar ali ainda e não aleijada em uma cama. Afastou as cobertas e viu que tinha uma faixa em seu pé direito. Seu coração falhou uma batida. Estava dolorido mas não parecia quebrado, sabia bem como era a dor de um osso quebrado. Mancando um pouco, fez suas necessidades no banheiro sem fazer barulho para não acordar Diana e resolveu descer, estava faminta! Deveria ser de madrugada pois o silêncio reinava na casa. Pegou uma vela e seguiu o corredor. No topo das escadas parou hesitante.

- Precisa de ajuda?

Gio virou-se e viu Stephen parado atrás dela.

- Acho que sim - disse sem jeito - Acordei com fome e achei...

-Podia ter pedido a Diana - ele começou a dobrar as mangas da camisa - Ela não está com você?

- Diana estava dormindo... não quis incomodar, parecia cansada ... quanto tempo dormi?

- Praticamente o dia inteiro e a noite, falta pouco para amanhecer - Stephen respondeu pegando-a no colo e começando a descer as escadas, Gio ergueu a vela para iluminar o caminho.

- Você acorda cedo assim?- lembrava-se que ele sempre dormiu bem e acordava cedo, mas não antes do nascer do sol.

- Na verdade não consegui dormir preocupado com você, parecia que não havia se machucado e de repente desmaiou e não acordou ... achei que talvez tivesse piorado a situação...

- De forma alguma, estou ótima! Só o pé que dói um pouco, mas estou nova em folha! - apressou-se em garantir . Stephen riu baixinho.

- Agora eu sei, vou alimenta-la e depois vai voltar para o quarto e descansar, ordens do médico.

Na cozinha, ele a sentou no banco da enorme mesa e começou a vasculhar tudo. Tinha pão, queijo e uma carne assada que sobrara do jantar, Ele fez um lanche e serviu com um copo de leite com mel. Gio devorou tudo em minutos e ainda comeu uvas. Stephen havia feito um pra ele e estava terminando.

- Está gostando de estar de volta ao pais?- perguntou curiosa.

- Sim, o clima da Inglaterra nunca me agradou muito,.e você? Gostaria de morar no campo?

- Amo demais esse lugar,.mas nunca morei em outro então....não posso comparar.

- Quando se casar vai preferir a cidade ou campo?

-Desde que meu marido esteja comigo, tanto faz, lar é onde a família está - respondeu sincera - mas gostaria de criar meus filhos no campo antes dos estudos.

- Entendi - ele terminou o sanduíche e recolheu a louça - Agora vou te levar pra cama, daqui a pouco seus pais vão querer saber como está e podem não gostar de ver você passeando machucada.

O coração de Gio aqueceu. Como era bom ser cuidada daquela forma!

- Vamos sim, pelo que conheço mamãe o médico deve ter dormido aqui.

Não só dormiu como está no quarto lado do seu - ele riu pegando-a no colo. O céu já estava claro e não precisou carregar a vela. Passou os braços em volta do pescoço dele e saíram. Encontraram uma Diana desesperada no meio das escadas chamando seu nome,.logo todos estavam no corredor em alerta.

- Estava com fome e Stephen me levou pra comer, estou ótima! - explicou lamentando quando o pai a tirou dos braços de Stephen.

- Vai repousar por três dias, ordens do médico - Heitor disse aborrecido - teimosa igual a mãe, não fica quieta um minuto!

Todos riram e foram para seu quarto. O medida examinou novamente e fora o pé e alguns arranhões, estava bem.

Confinada no quarto, Gio começou a refletir sobre os acontecimentos que estavam por vir. Faltavam poucos dias para a festa da colheita onde sua primeira inimiga iria aparecer. Precisava se preparar para derrubar um por um. Agora não era mais a menina boba, sonhadora e crédula como antes. Sabia exatamente o que aconteceria se eles vencessem e não permitiria, nem que ela mesma tivesse que dar um fim neles. Precisava traçar um plano para que ninguém se ferisse.