Fechou os olhos por alguns instantes, ainda com o aparelho junto ao ouvido. Havia escutado a voz de Serena, e ela parecia muito nervosa. Por que estaria tão tensa? Teria algo a esconder? O que, afinal, Felipe estava ansioso para contar-lhe? Sobre um novo namorado? Um velho amante? A mente trabalhava a todo vapor, imaginando sua garota aos beijos com outros homens.
Não, não seria possível!
Ela o amava!
E ele a amava também. Pertenciam um ao outro e nada nem ninguém mudaria isso, nem mesmo uma briguinha tola iniciada por uma artista de temperamento quente. Não o permitiria. Teclou o número de sua secretária e a instruiu para que providenciasse uma passagem para o Rio de Janeiro, o mais rápido possível, e mandasse avisar aos outros sócios que estava de partida.
No apartamento de Serena, bem longe dali, havia um estridente bate boca entre pessoas que habitualmente eram amigas e pacígficas:
— Me deve um celular — retrucou Serena, olhando para seu telefone, espatifado no chão da sala.
— N