O telefone ─ o convencional, sobre a mesa ─ soou estridente e quase o fez pular da cadeira. Só as pesoas da empresa usavam aquele número.
— Beckinsale — respondeu, já recomposto.
— Stephen? Aqui é o Lúcio.
Empertigou-se. Havia quanto tempo que não lhe falavam em português? E por que o amigo estava ligando? Seria algum problema na empresa? Ou, pensou esperançosamente, um recado de Serena?
— Oi, Lúcio.
O amigo hesitou:
— Eh...Tudo bem?
— Sim. E com você? — Stephen perguntou, cautelosamente.
— Tudo certo. Descobri que tenho jeito com as palavras, e tenho auxiliado o setor de promoções — respondeu, com um ponta de orgulho na voz.
— Sim, eu soube. Tem sido elogiado pelo pessoal daí.
— Estou ligando da empresa. Aproveitando um minuto de folga antes do fim do expediente, sabe...
— Ah.
— Pois é.
Os dois se mantiveram num silêncio desconfortável.
— Quando você volta, Stephen? — Lúcio indagou de modo abrupto.
— Serena o pediu para perguntar?
— Não. Se ela souber que estou ligando pra vo