Wayne reconheceu Jordan Stevens antes mesmo de vê-lo por completo. O investigador estava encostado na parede, braços cruzados, olhar atento. Não vestia nada que chamasse atenção — jeans escuros, camisa cinza de mangas arregaçadas, o mesmo casaco gasto de sempre. Mas seus olhos… aqueles olhos enxergavam o que ninguém via.— E então? — Wayne perguntou, direto.Jordan ergueu o queixo em cumprimento antes de tirar um pequeno envelope do bolso interno do casaco. Ele fez sinal com a cabeça e eles se afastaram alguns passos do quarto.— Temos um nome. Nolan Parker. É o cara que feriu a Jane.Wayne sentiu o maxilar endurecer. Confirmar o que já suspeitava era pior do
Wayne ajustou o paletó escuro no espelho retrovisor do carro antes de descer. A expressão era impassível, o olhar, gélido. Estava sóbrio, silencioso e pronto. Não precisava de arma. Quando Wayne Ryan decidia agir, não era com força bruta — era com precisão cirúrgica. Sua influência era sutil, mas poderosa. E essa noite seria lembrada.Os homens que trabalhavam para ele já estavam posicionados, discretos como sombras. Wayne sabia que Roberto Vazquez não era um criminoso comum — era um jogador de alto nível, o tipo de homem que valorizava símbolos. Por isso, Wayne trazia o dele: o broche ancestral dos Ryan preso à lapela de seu paletó — uma fênix dourada com olhos de rubi. Um sinal silencioso de que ele não era um homem qualquer. Não, ele não perte
— Eu teria cuidado com o seu próximo passo, Senhor Vazquez. — Wayne disse, tranquilamente. Roberto apertou os dentes. — Vou cuidar para que Nolan não incomode mais a senhorita Jane. — Não só isso. Eu quero o dinheiro dela de volta. O seu encarregado armou junto com o tal Malcolm. Eles roubaram a você e roubaram Jane. Quero o dinheiro dela de volta. Quanto ao que ela deve, eu mesmo vou lidar com isso, quando você trouxer os culpados a mim. — Wayne levantou-se, enquanto Roberto permaneceu em pé, apenas movendo os olhos. — E não demore. Ou eu mesmo vou caçar os desgraçados e aí, você não vai sair ileso. Sabe como me achar. Wayne saiu dali e Roberto soltou um urro. Ele iria matar Nolan! — Aquele maldito merdinha! Ele roubou de mim? Pois ele vai ver o que acontece com quem rouba de Roberto Vazquez!Wayne sabia que Roberto era do tipo de homem que não gosta de dar o braço a torcer e, por isso, fingiu que o deslize de Nolan não era grande coisa. No entanto, havia outro ponto muito import
Wayne se afastou rapidamente e Jane quase teve a impressão de que aquela aproximação não passou de uma miragem dela. Ela sacudiu a cabeça de leve, tentando afastar o desnorteamento que Wayne lhe causou. Ele piscou para Jane, sorrindo de lado, e saiu. Ela não tinha notado como estava segurando a respiração, até finalmente soltá-la. Jane abanou o rosto com a mão e riu sozinha. Aquele homem era puro fogo e parecia querer queimá-la! “E eu bem quero!”, ela disse a si mesma, ao mesmo tempo que se recriminava. O último namoro de Jane foi um fiasco, porém, seria injusto comparar Wayne com a porcaria do Malcolm. “Pelo amor de Deus, isso é quase pecaminoso!”Tanto quanto Wayne e aquele sorriso sem vergonha — sem dúvidas. Jane recostou-se na cama e, agora, ela não conseguiria pensar em mais nada além do médico bonitão e que claramente estava dando em cima dela. Sabe-se lá por quê.Jane não era do tipo que passou a vida inteira se achando o patinho feio, porém, digamos que o gosto dela pelos es
Jane nem conseguiu ter uma reação imediata. — Ah… calma, como assim? Não entendi. — Ela estava sentindo-se estúpida. — Eu só tenho uma casa, Wayne. — A partir de hoje, pode considerar que tem duas, então. — Ele falou tranquilamente e Jane continuou a encará-lo. Ele estava voltado para a estrada, mas podia sentir o olhar dela sobre ele. — Estamos indo para a minha casa, Jane. — Por quê? “É, Wayne, por quê?”, ele se perguntou e limpou a garganta. — Porque é mais seguro, Jane. A sua casa foi invadida e eu prefiro que fique comigo do que ali, desprotegida. Ainda mais com a perna desse jeito. — Ele falou e Jane ainda estava chocada. — Vou contratar uma enfermeira para ajudá-la. Minha casa tem uma estrutura mais… fácil. Jane abriu a boca algumas vezes, tentando encontrar as palavras corretas, mas uma das dificuldades era decidir exatamente o que ela diria. — Wayne, eu agradeço, mas isso é demais. — ela engoliu a saliva, sentindo como se pudesse se sufocar. — Você me operou e não cobr
Jane estava ficando toda vermelha e Wayne aproximou ainda mais o rosto do dela. A razão dizia a ela que Wayne não podia estar falando sério, ela não era desejável, não como estava. Porém, não foi ele mesmo que disse que a queria? E… parecia de fato excitado. Além disso, não era como se ele precisasse aplicar qualquer tipo de golpe nela. No máximo, ele queria sexo. Isso não era ruim, era? “Pelo menos se eu me for, não terei arrependimentos!”Jane colocou a mão na nuca de Wayne e o puxou mais para ela, selando os lábios deles. Wayne queria se acomodar no meio das pernas dela, mas com a perna quebrada, ele temia que acabaria machucando Jane. Ele era muito maior do que ela, e mais largo. Sendo assim, ele colocou apenas uma das pernas dele ali, encostando o joelho na intimidade de Jane, pela calcinha. Ela gemeu. — Droga, eu não sei como… — ele falou, pensando nas possibilidades. Se fosse ele com a perna quebrada, ela poderia sentar nele. E colocá-la de quatro não era uma boa ideia, já qu
Uma moça de aproximadamente vinte e seis anos entrou, com os cabelos presos num coque baixo, com uma rede em volta dos fios, e um uniforme de enfermeira. Ela olhou para Jane e sorriu calorosa. — Olá! Eu sou Adrienne Powell! — ela se apresentou e Jane sentiu uma simpatia imediata pela moça de pele âmbar. — Serei sua nova enfermeira daqui para frente. Se tudo der certo. Era nítido que a jovem estava nervosa e Wayne olhou para Jane, esperando ver se ela aprovava ou não. Pela expressão doce do rosto dela, ele entendeu como um positivo. — Desde que cuide bem de Jane e ela se sinta bem, já deu certo. — Wayne disse e suspirou. — Senhorita Powell, eu recebi ótimas recomendações da senhorita. Espero que atenda às expectativas. — Eu também! — ela soltou sem pensar e apertou os lábios, olhando para baixo, encabulada. Jane a achou fofa. — Perdão, essa é a primeira vez que trabalho sozinha assim. Wayne sabia disso e ficou inclusive um pouco apreensivo sobre as capacidades da moça. Ela não era
Jane queria, como ela queria! No entanto, ela não se deixaria ser enganada de novo. Não que ela acreditasse que Wayne fosse um canalha, no entanto, ele podia estar enganado. E ela sairia machucada de todo jeito. — Se eu disser que prefiro melhorar, ao menos da perna, antes de fazermos qualquer coisa, você se importa? — Não vou dizer que não vou ficar frustrado porque porra, você é deliciosa e eu não vou ser rogado: eu quero devorar você inteirinha. Porém, eu quero que seja tão bom pra mim quanto pra você e, se tem algo te segurando, eu vou esperar. — Wayne disse, com sinceridade, e beijou Jane com delicadeza, mudando de posição e ficando ao lado dela. — Vou tomar um banho gelado. Depois podemos assistir um filme, se você não estiver muito cansada. Eu tô de folga, amanhã. Jane ficou satisfeita com a resposta. Wayne não mentiu, não escondeu. Ele foi completamente sincero e isso era o que ela esperava de um companheiro, mesmo se fosse um de uma noite apenas. “Ele me trouxe para o qua