Ponto de vista de Kira
Um mês na Cidadela da Lua, e já decifrei os códigos das ruas. Sei onde pisar e onde um passo em falso pode ser o último. Aqui, cartéis governam com mãos de ferro.
Na região temos fazendas fortificadas, redutos de milícias, traficam drogas, armas e vidas, alimentando um ciclo de violência que pulsa como o coração da cidade. Os El-Niños dominam, implacáveis. Suas drögas sintéticas escorrem pela América do Sul, um veneno doce que ninguém resiste.
Mas aqui não é só concreto e sangue. Há um outro lado, escondido, que poucos ousam conhecer. Longe das rotas dos traficantes, trechos de mata virgem ainda respiram, intocados, vibrantes. É lá que nômades e tribos resistem ao tempo, carregando tradições que ecoam eras esquecidas.
Estou com os Tikuna há dias, e, por mais que pareça improvável, sinto-me em casa. A vida deles é crua, sem máscaras ou amarras. A nudez não é tabu, e eu me encaixo fácil — nunca me importei com convenções. Amo a dança ao redor do fogo, os co