Lobão Guaraço — narrando na moral
Mermão, vou mandar a real: tô aqui enfiado nessa rede de ventilação do complexo, só escutando o estardalhaço lá embaixo. Tá rolando o maior quebra-pau. Mas ó, eu mesmo? Nem me atrevo a descer. Vai que explodem essa porra toda e eu viro churrasquinho de carne sintética. Tô fora.
Dei meu jeito, subi os andares rapidinho, feito gato no telhado, até bater no terraço. Já fiz o que tinha que fazer: roubei os arquivos, limpei os rastros, apaguei tudo bonitinho. Ninguém vai saber que passei por ali.
Agora tô tranquilão num café, do outro lado da rua. Fumando meu cigarrinho, vendo o movimento, saca? Aqui o visu nem é lá essas coisas, não chega aos pés de Manaus, que tem charme, calor e floresta viva. Aqui só tem doido alterado até o talo — vi um cara que parecia um tubarão, juro por tudo. Cabeça pontuda, dente pra fora… uma mistura de zoológico com rave.
Aí, do nada, PÁ! Começa o inferno. Explosão, alarme, drones subindo feito abelha em colmeia mexida. As