Um ano e três meses se passaram desde Jason. Já é dezembro novamente. O fim de mais um ciclo. Dois anos desde a morte da minha irmã Amanda. Cinco desde que meus pais e irmãos foram levados naquele maldito acidente. O tempo passa, mas o peso não diminui. Ele só aprende a se esconder em cantos diferentes da alma.
O clima no escritório está estranho hoje. Alessandro está mais sombrio do que o habitual — o que já é muito vindo dele. Douglas, por outro lado, parece... feliz. Curiosamente feliz. Isso me inquieta. Dezembro é o pior mês do ano para qualquer um que conheceu Amanda de verdade. Ainda assim, ele anda saindo mais cedo, sorrindo em momentos inesperados. Ouvi dizer que tem passado horas no laboratório do Dr. Schumaker. E, hoje, saiu acompanhado.
Ela.
Alta. Atlética. Presença marcante. Há algo de hipnotizante e ameaçador nela. Ela é lindíssima, perfeita até demais, tão perfeita que circulam boatos de que foi construída, moldada a partir de um corpo descartado, uma indigente. Há algo