Lia Perroni
Mais tarde, passei pela escola de Esmel para buscá-la. Encontrei-a sentada com coleguinhas, aguardando seus responsáveis.
— Mamãe! — Esmel gritou, saltando em meus braços.
Retribuí o abraço.
— Oi, querida! Que animação é essa? Você se divertiu hoje?
— Sim, aprendemos matemática! — respondeu Esmel, radiante.
— Nossa, que legal! Você gosta de matemática?
— Amo! — afirmou.
— Ok, vamos almoçar fora hoje!
Esmel parou de andar, apontando para frente. Virei-me e fiquei em choque.
— Marcelo... — murmurei.
Ele estava do outro lado da rua, todo de preto, com um boné. Sorriu, acenou e desapareceu.
— Mamãe... — Esmel chamou, preocupada. — O papai vai voltar?
Forcei um sorriso.
— Talvez, querida... não tenho certeza.
— Mas se ele machucar a senhora? — perguntou Esmel.
— Não vai, eu protegerei nós duas — garanti. — Agora preciso que me prometa uma coisa, que não vai contar para o Kairós, sobre o que aconteceu hoje, ok?
Esmel arregalou os olhos.
—