Lia Perroni
Esmel me abraça forte.
— Não quero que o papai te machuque, mamãe.
— Shhh, filha. Estou aqui. Estou segura. — Beijo sua testa, tentando acalmar-me também.
Olho ao redor, reconhecendo o quarto acolhedor de Kairós. A lembrança do pesadelo ainda arde, mas estou determinada a não deixar Marcelo me assombrar.
— Vamos dormir novamente, amor? — sugiro, ajustando o cobertor.
Esmel concorda, mas permanece acordada, observando-me preocupada.
De repente, ouvimos passos leves fora do quarto. A porta se abre e Kairós entra, com expressão preocupada.
— Tudo bem? Ouvi um grito — pergunta, sentando-se ao lado da cama.
— Não é nada, Kairós. Só um pesadelo — respondo rapidamente.
Ele me olha atentamente.
— Precisa de alguma coisa?
— Não, obrigada. Já estou melhor — digo, forçando um sorriso.
Kairós acaricia minha mão.
— Estou aqui para vocês. Sempre.
— Obrigada! — digo sem jeito.
Ele sorri e me beija de leve.
Esmel, ainda acordada, observa com um sorriso.