Lia Perroni
Dei um beijo rápido em Kairós, peguei Eva no colo e saí do apartamento, sentindo o peso da tensão pairar no ar. Perto do elevador, Esmel me esperava, sua expressão ainda fechada e séria.
— Quando você chegar da escola, vamos conversar — declarei, minha voz firme e determinada.
Ela me encarou, seus olhos desafiadores.
— Sobre o quê? Eu só disse a verdade. Não entendo por que tenho que aturar esse homem aqui em casa. Ele matou o meu pai. Não gosto dele. Quero que ele vá embora e nos deixe em paz de uma vez por todas.
Suspirei, sentindo a frustração e a impotência me invadirem.
— Não vamos ter essa conversa agora, Esmel. Estamos atrasadas. — Apertei o botão do elevador, rezando para que ele chegasse logo. — E você não fala assim dele.
As portas se abriram, e entramos no elevador em silêncio, a tensão palpável entre nós. Eva, alheia à nossa discussão, balbuciou alegremente, tentando chamar nossa atenção.
— Mamãe... papa... — ela dizia, estendendo os bracinhos para mim e para E