Lia Perroni
Os dias no hospital se arrastavam em uma névoa de cansaço e preocupação. Eu me recuperava lentamente no quarto, mas minha pequena guerreira precisava de mais tempo e cuidados na incubadora para ganhar peso e força. Cada visita à UTI neonatal era um misto de esperança e apreensão.
A porta do meu quarto se abriu, revelando Kleber e Camila hesitantes na entrada.
— Eh... nós trouxemos isso para a menina — Kleber disse sem jeito, aproximando-se e me entregando uma sacola.
Abri-a com cuidado e um sorriso fraco brotou em meus lábios ao ver as minúsculas roupinhas de bebê, todas em tons delicados de rosa. Um gesto inesperado e gentil.
— Obrigada — murmurei, o coração apertado de gratidão.
Camila deu um passo à frente, sua postura ainda tensa, mas com um olhar que parecia suavizar um pouco da raiva anterior. Kleber apertou sua mão, oferecendo um apoio silencioso.
— Desculpe, Lia. Se não fosse por mim, você não teria passado por todo esse estresse, e sua filha não esta