Nicolas Santorini
Eu fiquei ali, parado à beira da cama, observando Jhulietta adormecer novamente. Seus longos cabelos estavam espalhados pelo travesseiro, os cílios descansavam suavemente sobre as maçãs do rosto, e sua respiração começava a se estabilizar, tornando-se lenta e profunda. Ela parecia tão frágil, tão vulnerável. Aquilo me atingiu como um soco no estômago. O medo que vi em seus olhos durante a noite ainda me assombrava.
Eu já havia visto Jhulietta assustada antes, mas nada comparado ao pavor que ela sentiu depois daquele pesadelo. A lembrança de seu corpo trêmulo em meus braços, seus olhos arregalados e a voz embargada enquanto confessava seus temores... Aquilo me marcou. Me fez perceber que, por mais que eu quisesse protegê-la de tudo, havia coisas contra as quais eu não podia lutar.
Pesadelos, memórias, traumas. Mas ameaças reais? Essas eu podia combater.
Dei um último beijo em sua testa, acariciei seus cabelos suavemente e me afastei em silêncio, saindo do quarto e fe