A primeira coisa que senti foi o perfume do incenso de âmbar queimando devagar, misturado ao cheiro amadeirado das paredes de pedra do castelo. A segunda foi o calor. Não o calor ardente da batalha, mas um calor reconfortante, acolhedor. Estava coberta com lençóis espessos de linho negro, e o som distante de uma lareira crepitando preenchia o silêncio ao redor.
Meus músculos doíam. Como se eu tivesse lutado contra um exército. E, na verdade, eu lutei. Porque Marcel era um dos meus piores inimigos.
Abri os olhos lentamente. Estava deitada no quarto real, reconheci a cama de Cyrus sob meu corpo. O teto abobadado, os candelabros suspensos com cristais escarlates, os cortinados grossos que impediam qualquer luz externa. Um dos painéis de vidro estava entreaberto, e a brisa da noite trazia o cheiro da floresta, e de fogo com sangue.
Virei o rosto e encontrei Cyrus sentado ao meu lado, elegantemente, observando-me com um olhar que misturava alívio, fascínio e preocupação.
— Você acordou — d