Celeste
Marcel jazia nas garras da Fúria como uma oferenda falida. O corpo quase sem vida dele pendia, lânguido, coberto de cortes profundos e rasgos fumegantes. Sua carne exalava magia corrompida, queimada como carvão vil. Partes de seus membros estavam faltando. E mesmo assim, ao vê-lo naquele estado deplorável, algo em mim quebrou.
Gritei.
Um uivo de fúria, dor e desespero rasgou meu peito enquanto eu corria pela entrada da caverna. Os olhos da Fúria brilhavam em vermelho opaco. Ela havia feito o que eu ordenei, trazer meu lobo de volta. Mas não assim. Não despedaçado. Não a sombra de um cadáver.
— Não! — caí de joelhos ao lado dele, o sangue quente manchando meus dedos. — Não era para terminar assim! Ele é meu! MEU!
Minha voz ecoou nas profundezas da caverna onde os pergaminhos dançavam ao vento maldito, as velas tremulavam com chamas verdes e o caldeirão de ossos fervia com murmúrios do além. Foi ali que Cadmus surgiu das sombras, arrastando sua longa túnica como se a própria mo