Nathaniel
Acordei num turbilhão de dor e confusão distorcida entre as realidades.
Cada centímetro do meu corpo latejava como se nenhuma parte tivesse escapado dos golpes das fúrias. Abri os olhos com dificuldade; o céu estava tingido de rosa e dourado, mas tudo ao redor parecia marcado pelo silêncio de uma devastação absoluta.
Olhei ao redor tentando focar minha visão, virar a cabeça era um sacrifício enorme.
Foi então que vi Callie.
Ela jazia ao meu lado, a mão entrelaçada na minha, a mão que sempre se segurou em mim, que sempre esteve comigo. Mas agora estava tão frágil, mais pálida que o normal, e de seus olhos e ouvidos escorria sangue seco, como cinzas de velas antigas. Seu vestido elaborado de veludo azul marinho, manchado de terra e fuligem, parecia diluir-se na luz da aurora.
Com muita dificuldade, tateei cada centímetro do seu corpo na busca de algo que a incapacitasse assim, foi então que percebi meus próprios ferimentos enquanto a dor e o meu sangue jorrava. A perna esque