Ravena
A dor me arrasta antes mesmo de eu dar o primeiro passo. Sinto minha mente fragmentada, presa a uma lembrança de desespero, e ao mesmo tempo guiada por uma centelha de esperança que pulsa como chama trêmula em minhas entranhas.
Caminho em direção à luz bruxuleante como quem segue o último fio de esperança antes de sucumbir ao abismo. Cada passo afasta o grito de agonia que deixei para trás, no cárcere escuro de Lerina, mas a ferida permanece aberta em minha alma.
O ar muda ao meu redor, torna-se suave, perfumado, quase etéreo. A escuridão que me envolvia cede lugar a uma trilha de musgo luminoso e flores cintilantes, e logo estou imersa numa floresta que parece saída de um sonho antigo. As árvores sussurram segredos milenares, dançam ao som de uma brisa dourada, e ao longe ouço o som de água correndo... e o meu nome.
— Ravena... — a voz de Ahal ecoa entre folhas e nuvens, profunda e reconfortante — Ravena, venha criança.
Meu coração dispara, mas não de medo, há um calor cresc