Marcel era um excelente trunfo em minhas mãos.
Um lobo capaz de machucar e destruir a consciência de Ravena de uma vez por todas.
Marcel ergueu a cabeça, fixando o olhar na janela do meu quarto, como se pudesse me ver ali sob as sombras de sua cegueira. Seus olhos se tornaram vidros opacos desconcertantes, mas mesmo assim me procuravam buscando o cheiro de Ravena. Olhei em volta, encantei as trevas para formar rostos retorcidos de espíritos que consumi ao longo de séculos.
Eu queria atormentá-lo ainda mais do que ele já tinha sofrido, porque esse lobo tinha que me ver como sua redentora, a santa Ravena que lhe traria paz.
E ele sentiu a presença de Ravena, supostamente deitada no quarto, uma imagem cheia de pureza e inocência, que eu mostrei a ele.Por fora ele era atormentado, mas dentro de sua mente eu era o seu refúgio, um lugar para onde ele poderia recorrer. Um olhar perdido, expressão de dor e arrependimento que me deixou louca para experimentar mais.
Apontando um dedo, conjurei