Ravena
O lugar onde eu estava me trazia paz.
Aqui eu nunca fui escrava, nunca senti a dor de uma surra, nunca fui humilhada, degradada e sodomizada. Aqui, eu nunca cresci.
Eu estava na floresta, entre as flores azuis, cantarolando uma música que eu sempre ouvia em algum lugar. Meus cabelos em estavam presos e prendiam para frente enquanto eu cheirava aquela flor bonita que a mamãe me proibiu de brincar.
Não sei como voltei a esses dias de paz e tranquilidade da minha infância, mas o que eu sabia, era que nesse momento eu não queria voltar mais.
Vez ou outra algo me puxava de volta, como uma dor aguda no meu peito, mas eu me encolhia na relva, pensava no papai e na mamãe a poucos metros dali, e aí tudo passava.
Minha mãe era bruxa. Me lembro agora. Ninguém podia saber o que ela era porque ela fugiu do seu clã para nos proteger. A mim, a minha irmã mais velha e ao papai.
O papai é um lobo, um bom guerreiro. Mas sua alcatéia nunca aceitaria que ele acasalasse com uma bruxa renegada. El