15.
A luz suave da manhã entrava pelas janelas enormes da mansão quando Lilly desceu as escadas com o celular em mãos e o coração apertado. Na tela, a confirmação do protocolo de solicitação de transferência da faculdade para a modalidade a distância piscava em azul. Um passo difícil, mas necessário.
Sentia-se um pouco derrotada por abrir mão das aulas presenciais — adorava o ambiente acadêmico, as conversas nos corredores, os debates em sala —, mas sabia que aquela era a escolha certa no momento. A mensalidade mais baixa significava que poderia ajudar sua mãe com as contas em casa, agora que o pai não estava mais lá para segurar tudo. E ainda que doesse, Lilly já começava a entender que crescer era mesmo uma sucessão de renúncias.
Na cozinha, a governanta terminava de preparar o café da manhã. Emily ainda não havia descido, mas Lilly já ouvia o barulho da água correndo no banheiro do andar de cima. Respirou fundo, guardou o celular no bolso e sorriu, forçando leveza no rosto.
— Bom dia,