16.
O sol ainda surgia tímido no céu quando Lilly saiu do quarto, com os olhos pesados e o corpo em ritmo automático. A noite mal tinha lhe dado descanso. A ligação do dia anterior ecoava como um tambor em sua mente, relembrando a todo instante que seu pai se fora, e que agora sua mãe e sua irmã mais nova estavam completamente sozinhas.
O mundo parecia o mesmo por fora, mas algo dentro dela estava diferente — mais denso, mais cansado.
Desceu as escadas em silêncio, indo direto para a cozinha. Dona Marlene já estava organizando o café da manhã, com a habilidade de sempre. Ao ver Lilly entrar, sorriu com carinho.
— Bom dia, minha flor. Dormiu bem?
Lilly hesitou por um instante, mas assentiu.
— Dormi sim… só um pouco cansada.
— Você anda com essa carinha de preocupação desde ontem. Está tudo bem mesmo?
Lilly pegou uma xícara e serviu café para si mesma, tentando disfarçar o tremor leve nas mãos.
— Só algumas coisas da faculdade. Mas vai se resolver.
Marlene não acreditou muito na resposta, m