A tensão na sala era palpável. As palavras dele ainda ressoavam na minha cabeça, mas eu sabia que agora não era o momento de demonstrar fraqueza. Meu corpo estava em uma batalha entre o instinto de socá-lo, de dar um tapa e sair dali, e o medo de perder tudo.
Foco, Ana, eu me disse. Minha respiração estava irregular, mas, com a força de algo que só quem já passou por tanta coisa sabe, comecei a respirar mais fundo, mais devagar.
Levantei o olhar, e, sem hesitar, olhei diretamente para ele. Meu rosto, até então tenso, se transformou. A máscara estava no lugar, como minha mãe me ensinara. Uma expressão impassível, como se as palavras dele não tivessem importância alguma. A dor? O ódio?