— No futuro onde você vai ganhar as eleições? — comento.
— Com seu apoio e financiamento, poderei fazer isso.
— E se isso não for suficiente? — questiono.
— Ah, acredite, será mais que suficiente. Com você será suficiente, honrando o acordo que temos...
Detecto aqui uma maneira divertida de contradizê-lo.
— Quer dizer o acordo que teve com um morto? Porque... meu pai está ali, naquele caixão esperando para ser enterrado... e sua viúva ali, chorando por sua perda — tenho que olhá-lo com um leve sorriso que se forma nos meus lábios.
Ao vê-lo, sinto calafrios, porque ele está sorrindo da mesma maneira.
— Acordos com mulheres são insignificantes. Tão insignificantes quanto elas. Não vamos mais mencionar sua mãe em nossas negociações daqui pra frente. Posso contar com sua palavra?
— Mauro! — Victoria se aproxima de nós em seu papel de viúva sofrida — Ele me abandonou, Lorenzo me deixou...
— Ele está num lugar sem sofrimento, Victoria... — este consola com uma expressão falsa de compaixão.
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