O sorriso maroto de Luciano vai desaparecendo, e ele vai ficando sério.
— Costumo ser assim quando entro em confiança num relacionamento. Sou um homem detalhista.
— Não me diga. Em quanto tempo você costuma fazer isso? — falo quase com ironia.
— Tipo... seis meses? — ele acaricia o queixo.
Quanto mais ele brinca, mais vontade tenho de machucá-lo.
— Então você vai continuar me enrolando com suas voltas, e não vai me dizer a verdade. Vamos negar que cada vez que você me dá um presente grande é porque aprontou alguma. Ou você esqueceu em que circunstância me deu a caminhonete? — solto minha suspeita que está se tornando uma certeza.
Luciano poderia me responder com a verdade que esconde por trás daquela expressão fria. Será que vai fazer isso? Já sabemos que não. Estou prevendo que ele vai sair com uma daquelas piadas estúpidas que caem mal neste contexto.
Vou até começar a contagem regressiva. 5...4...3...
— Podemos mudar para um assunto em que você não apunhale meu frágil coração, mulhe