A manhã ainda estava fresca quando cheguei ao hospital. O corredor exalava aquele cheiro de limpeza misturado ao aroma suave de café que vinha da copa dos funcionários. Caminhei até o quarto da minha mãe, preparando mentalmente as palavras que diria, como se fosse possível organizar o coração antes de vê-la.
Abri a porta devagar. Ela estava sentada na poltrona próxima à janela, com um xale nos ombros e o rosto iluminado pela claridade suave do sol. Sorriu assim que me viu, e aquele gesto simples dissolveu parte da minha preocupação.
— Bom dia, querida. — Sua voz saiu mais firme do que nos últimos dias. — Que bom que veio.
Fui até ela e a abracei, aspirando o perfume conhecido, que misturava creme hidratante e algo só dela, algo que sempre me fazia voltar para casa.
— Está com uma aparência ótima, mãe.— disse, ajeitando o xale em seus ombros.
— Talvez seja o novo tratamento. — respondeu, com um brilho confiante nos olhos. — Estou sentindo que está tudo indo bem.
Quis ac