Aquiles
— Vamos para casa — digo para Felipa logo após o médico informar que o tio dela está fora de perigo, mas que só poderá receber visitas amanhã.
— Eu quero ficar com a minha tia.
— Me obedeça, Felipa.
— Por favor, me deixa ficar com a minha tia. Ela precisa de mim agora.
— Sim, ela precisa que você venha comigo, tome um banho, troque essa roupa de ontem, se alimente e providencie tudo que ela precisa para passar a noite aqui. Ou você acha que sua tia deve continuar com o uniforme da empresa?
Ela olha para a tia, como se só agora percebesse suas vestes. Logo volta a olhar para mim. Seu rosto está um desastre depois de chorar tanto, mas é um lindo desastre.
— Obrigada, Vincent. Eu nunca vou poder te compensar pelo que fez. Mas saiba que vou tentar.
— Eu sei. Agora vai avisar sua tia que estamos indo.
Ela obedece e segue até a tia, as duas conversam, se abraçam e depois saímos.
No carro, ela pergunta:
— Como você sabia qual era o hospital? Não me lembro de ter dito. Eu disse?
— Não