Felipa
Durante o caminho até o cartório, Vincent finge não se importar com o que minha tia relata que inventou, mas sei que está puto, posso sentir a ira emanando dele. Não falei muito, deixei que minha tia monopolizasse a conversa.
Quando chegamos ao cartório fomos recebidos como se fossemos da realeza e nos levaram em uma sala onde um senhor muito idoso estava sentado segurando uma bengala cravejada de pedras vermelhas.
— Demorou, Vincent! — ele levanta com um sorriso pequeno.
— Desculpe, vovô. Tivemos um pequeno problema. Essa é a Felipa Baker, minha noiva. — Ele me apresenta ao senhor.
O homem me analisa com a um objeto diferente de tudo que já viu.
— É tão linda. Agora entendo sua obsessão.
Vincent ri.
— Esses são seus tios. — Ele os apresenta um a um.
O senhor olha ao redor.
— Onde estão seus pais? Desculpe a pergunta, mas são vivos?
— Não são presentes — digo simplesmente. Não gosto de entrar nesse assunto.
O senhor parece não se importar com minha resposta vaga.
— Entendo. Inf