Assim que chegamos ao hospital, o doutor Rômulo Correia, o médico da família, já nos aguardava. Minha mãe havia ligado para ele relatando o que acontecera na festa do meu casamento e pedindo que preparasse tudo para a chegada da minha esposa.
Rômulo com sua equipe já estava com a sala de cirurgia para receber Amely, como a tiro havia pegado em seu abdômen ele mesmo faria a cirurgia: ele é clínico geral e especialista em cirurgia geral.
— Ela ficará bem, filho, tenha fé — minha mãe tenta me consolar assim que Amely foi levada para o centro cirúrgico.
— Por que isso tinha que acontecer conosco, mãe?
— Não sabemos filho. Não se pode explicar as surpresas, boas ou ruins, que a vida nos dá.
— Mas ela já sofreu tanto — escorrego pela parede e me sento no chão da sala de espera.
— Ela é forte. — falou confiante.
— Primeiro perdeu o pai, depois foi sequestrada e agora um tiro que era para mim. — choro com a cabeça entre as pernas.
— Eu sei que não é fácil, mas tudo tem um propósito.