Camila narrando:
Quando os tiros começaram lá fora, o coração disparou. Eu sabia, era o Guilherme. Ele tinha vindo. Ele me achou.
Mas antes que eu pudesse gritar ou sequer correr até a porta, ela se abriu.
Jamile.
Entrou como uma sombra maldita, com os olhos arregalados e um galão de gasolina nas mãos.
— Você não vai ficar com ele, Camila. NEM EU, NEM VOCÊ! — ela gritou, com a voz insana.
Antes que eu pudesse reagir, ela trancou a porta, com uma barra de ferro pesada, e virou o galão de gasolina com raiva, jogando no chão, nas paredes, nos móveis, no colchão.
— VOCÊ NÃO VAI TER O QUE EU PERDI! VOCÊ ROUBOU TUDO DE MIM!
— Jamile, para! Pelo amor de Deus! — eu implorei, tentando pegar o galão da mão dela, mas ela me empurrou com força.
Tomei impulso, tentei agarrar de novo, mas ela já tava com uma caixa de fósforo na mão.
— A gente vai arder juntinhas, irmãzinha, que romântico, né? — ela sorriu torto, completamente fora de si.
Riscou o fósforo.
O barulho da chama crescendo foi a coisa ma