Camila narrando :
Depois que o Guilherme saiu, a sala ficou estranhamente silenciosa. Eu fiquei ali, sozinha, mergulhada no trabalho, tentando seguir a vida como se tudo estivesse normal. Mas não tava. Nem de longe.
As planilhas estavam abertas no meu computador, os e-mails chegando um atrás do outro, o telefone tocando de tempos em tempos. Me obriguei a focar. Marquei duas reuniões, respondi pendências, aprovei um orçamento. Quanto mais eu ocupava a mente, mais eu sentia que tinha algum controle da situação.
Mas o nó no peito continuava ali.
Umas duas horas depois, senti o estômago reclamar. Resolvi levantar e ir até a copa pra tomar um café. O caminho pelo corredor foi rápido, mas parecia que cada passo me lembrava da vida bagunçada que eu tava tentando organizar.
Cheguei na copa e encontrei a Priscila, uma funcionária antiga que eu conhecia desde antes de assumir como assistente do Guilherme. Ela era gente boa, simpática e sempre tinha uma palavra leve na ponta da língua.
— Oi, Pri