Guilherme narrando
Esses últimos dias foram pesados. Ver a Camila daquele jeito… deitada, sem força, sem brilho… foi uma das coisas mais difíceis que já enfrentei. Eu conheço aquela mulher, sei o quanto ela é guerreira, como segura o mundo com um sorriso mesmo quando tudo tá desabando por dentro. Mas ali… ela tinha apagado. E eu jurei pra mim mesmo que não ia deixar ela se perder naquele luto.
Ela perdeu o pai. Descobriu uma verdade que destruiu tudo o que ela acreditava sobre a própria história. E ainda teve que lidar com a possibilidade de ser irmã da mulher que mais a odeia. Era dor demais pra uma pessoa só.
Eu tentei ser tudo pra ela nesses dias: força, abrigo, silêncio, palavra. O que ela precisasse. Me virei com a Gabi, ajeitei as coisas do curso dela, levei e busquei, almocei com ela todos os dias, fiz o máximo pra ela não perceber que a mãe tava mal. Camila é uma ótima mãe, e eu sabia que ela não ia suportar ver a filha preocupada. Então, protegi as duas do jeito que pude.
Don