Quando Clarice acordou, percebeu que estava deitada em uma cama de hospital. O cheiro forte de desinfetante invadia suas narinas, deixando o ambiente ainda mais opressivo.
Jaqueline, ao vê-la despertar, suspirou de alívio.
— Clarinha, como você está se sentindo? Está tudo bem?
Clarice balançou a cabeça levemente.
— Estou bem.
Sem dizer mais nada, ela afastou o cobertor e tentou se levantar.
— Descansa mais um pouco. — Jaqueline disse, segurando-a pelo braço para impedir que ela saísse da cama.
— Quero passar um pouco mais de tempo com minha avó. Quando o dia amanhecer, ela será reduzida a cinzas, guardada em um pequeno recipiente. Depois disso, nunca mais poderei vê-la novamente. — A voz de Clarice era calma, quase indiferente, o que deixou Jaqueline preocupada.
Clarice estava lidando com a morte da avó de maneira fria demais. Jaqueline preferia mil vezes vê-la chorando e desabafando sua dor, como havia feito no início, do que reprimindo tudo dentro de si. Guardar tanto