Ao sair do necrotério, Clarice engoliu a tristeza e, com a cabeça fria, começou a organizar os preparativos para o velório da avó. Afinal, estando sozinha, que direito ela tinha de se entregar à dor?
Depois de preparar a sala onde seria o velório, o celular de Clarice tocou. Era Ana, sua mãe.
Clarice passou o endereço do hospital para ela e, em seguida, começou a avisar os parentes da família que viviam na cidade natal da avó.
A avó havia passado anos sozinha, deitada em uma cama de hospital, esperando que alguém fosse visitá-la. Agora que ela havia partido, Clarice queria que ela fosse cercada de pessoas, que sua despedida fosse cheia de vida e calor humano.
Não demorou muito para Ana chegar, acompanhada de Antônio e Beatriz. No entanto, o que deveria ser um momento de homenagem e respeito se transformou em algo completamente inesperado. A primeira coisa que fizeram ao entrar não foi prestar condolências à falecida, mas ir direto até Clarice.
Antes que Clarice pudesse dizer