Eu estava sentada no carro, observando as ruas movimentadas de São Paulo passarem pela janela, quando a notificação do meu celular vibrou. A tela iluminada mostrava uma mensagem do banco: o meu pagamento havia caído. Suspirei, aliviada. Era sempre um conforto ver aquele número aparecer, saber que pelo menos as contas do mês estavam garantidas.
Mas algo estava errado. Franzi a testa ao perceber que o valor era maior do que deveria. Bem maior.
Virei para Matteo, que dirigia com uma calma irritantemente natural.
— Matteo, o que é isso? — perguntei, levantando o celular para ele dar uma olhada. — Por que meu pagamento veio tão alto esse mês?
Ele desviou os olhos da estrada por um segundo, arqueando uma sobrancelha.
— Ah, isso? É o aumento de final de ano para todos os funcionários. Um tipo de bônus.
Pisquei, desconfiada.
— Desde quando temos bônus de final de ano? Isso nunca aconteceu antes.
Matteo deu de ombros, mantendo o olhar fixo na estrada.
— Desde este ano. Decidi que seria uma boa