Valentina sempre soube que esse dia chegaria. O dia em que ela apresentaria oficialmente um namorado para seus pais. Só não esperava que fosse um namorado como Rafael: desbocado, desajeitado, mas com um sorriso capaz de derreter até o coração mais crítico — e o do seu pai era feito de titânio emocional.
Naquela segunda-feira à noite, ela estava diante do espelho, usando um vestido verde esmeralda que, segundo a própria mãe, a fazia parecer "uma mulher de respeito". Rafael, por outro lado, estava na sala, tentando decidir entre três camisas.
— Essa aqui tá boa? — perguntou ele, com uma camisa azul-marinho nas mãos.
Valentina saiu do quarto e analisou como uma juíza de programa de moda.
— Essa te deixa com cara de homem sério, mas que sabe fazer piada.
— E é isso que eu sou?
— É isso que eles precisam acreditar que você é.
— Ok, só pra confirmar... Seu pai ainda acha que você tá solteira e sua mãe acha que eu sou um colega de trabalho?
— Sim. Então nada de apelidos carin