Mirella
Eu ainda sentia a mão dele na minha, o peso da caixinha, o brilho do anel e o calor da presença dele ali, de joelhos na sala da minha infância. Quando Vincent pediu minha mão, o mundo parou. Mas meu coração correu uma maratona.
Disse sim com a voz embargada, o peito em chamas e as pernas tremendo. Não só pelo pedido... mas por tudo o que significava. Ele estava ali. Com minha família. Na minha casa. E agora... no meu mundo.
Depois do jantar, depois dos abraços, depois da benção do meu pai que eu ainda achava que estava sonhando puxei a mão do Vicent.
— Vem. Quero te mostrar uma coisa.
— Agora? ele perguntou, olhando o céu já escuro lá fora.
— Agora. Antes que você volte praquele mundo gelado e cravejado de luxo. Aqui... é onde tudo começou pra mim.
Descemos as escadas da minha casa . O som de um samba vinha de longe, misturado com risadas, panela batendo e moto subindo o morro. Era vida. Crua, barulhenta, linda.
Vincent andava ao meu lado, atento. Observando tudo. As vielas e